Os ingressantes no curso de medicina trazem consigo substancial bagagem emocional advinda de experiências pessoais, familiares e sociais, dentre elas a tensão entre o excesso de opções desde a infância e a falta de decisão nas escolhas. O concorrido processo de seleção para a faculdade de medicina e a adaptação à universidade, numa fase em que o cérebro está em franco desenvolvimento, também impactam nas reações dos estudantes. Além disso, o próprio desenvolvimento no curso e a assumpção de postura profissional, com suas naturais exigências, podem gerar desequilíbrios psicossociais. Entre outros, os fatores acima contribuem para alta prevalência de estresse, ansiedade e depressão observados nos estudantes de medicina de todo o mundo. São revisados, neste artigo, os principais aspectos psicossociais presentes na rotina dos estudantes de medicina, com ênfase nos alunos brasileiros, e as relações destes com o raciocínio clínico, uma habilidade essencial a ser desenvolvida no futuro médico. Por fim, são sugeridas algumas ferramentas na tentativa de mitigar tais condições e ajudar os alunos na tomada de decisão.