O objetivo foi avaliar o desempenho de fundos de ações índice ativos no mercado brasileiro, ao longo de mais de 21 anos, com base no modelo CAPM, de forma a evidenciar se existem habilidades nos administradores de carteiras desses fundos para superarem o desempenho do índice Ibovespa, controlando a influência do viés de sobrevivência na geração do retorno anormal. O estudo utilizou dados secundários e abordagem quantitativa. A amostra considerou 588 fundos de ações índice ativos de janeiro 1997 a dezembro 2019. O retorno anormal foi calculado regredindo os retornos mensais dos fundos em relação aos retornos mensais do Ibovespa, ambos em excesso à taxa do CDI. Isto é, utilizando a equação de regressão do modelo CAPM. Os resultados revelaram que os fundos de ações índice ativos analisados, em valores médios e medianos, tiveram desempenho significativo positivo. Do total da amostra 64,6% dos fundos apresentaram alfa positivo, ou seja, desempenho ajustado ao risco superior ao do Ibovespa no período analisado. Constatou-se que o fator viés de sobrevivência, no longo prazo, exerceu influência considerável nos resultados de desempenho. O desempenho dos fundos descontinuados foi, em média, significativamente inferior ao dos fundos em funcionamento. Esses resultados podem subsidiar outras pesquisas e a tomada de decisões de investidores que desejem compreender a magnitude do retorno anormal dessa classe de fundos em relação ao Ibovespa no longo prazo, e também para auxiliar na seleção desses fundos de ações visando retornos superiores ao proporcionado pelo índice de referência.