A mandioca é um dos vegetais mais cultivados no mundo, especialmente nos trópicos, sendo o Brasil um dos principais países produtores. As raízes tuberosas são usadas como matéria-prima industrial para a produção de polvilho doce e azedo e farinhas de vários tipos, mas são também consumidas após tratamento térmico. O consumo de raízes frescas já foi muito mais importante no hábito alimentar brasileiro, mas cereais consumidos em diferentes formulações alimentares ou como ingredientes de uma gama muito grande de produtos industrializados, têm substituído a mandioca por serem mais fáceis ou mais rápidos de preparar.A textura final do produto cozido é a principal característica de qualidade exigida pelo consumidor de mandiocas [8,15,22]. Modificações durante a cocção que alteram a textura estão relacionadas com o amido, o principal componente do interior das células e com as paredes celulares, que definem o grau de coesão entre as células e as características do tecido. A célula vegetal é envolta pela plasmalema (membrana celular) e no exterior desta está a parede celular primária e a lamela média, estrutura que é composta por substân-cias que cimentam as células entre si e que contém polissacarídeos, glicoproteínas e compostos fenólicos. Muito da textura de tecidos vegetais pode ser atribuído à integridade estrutural da parede celular, da lamela média e da turgescência de líquidos ou grânulos de amido crus ou gelatinizados. A lamela média é lábil sob ação do calor de cocção e após a solubilização da pectina as células vegetais separam-se facilmente, marcando o ponto final da cocção [14].
-MATERIAL E MÉTODOS
-Matéria-primaA mandioca fresca foi colhida no sítio Mirantro, situado na zona rural do município de Londrina, PR, situado a 23° 19' de latitude sul, 51° 12' de longitude
ISOLAMENTO, FRACIONAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE PAREDES CELULARES DE RAÍZES DE MANDIOCA (Manihot esculenta, Crantz) 1Lara Tschopoko Pedroso PEREIRA 2 , Adelaide del Pino BELÉIA 3, * RESUMO Durante a cocção de mandiocas o amido é gelatinizado e as paredes celulares sofrem alterações físicas e químicas que modificam a coesão das células e causam o amaciamento dos tecidos. Isolar, fracionar e caracterizar paredes celulares durante o envelhecimento de raízes, de duas cultivares, foram os objetivos deste trabalho. O amido foi eliminado por tamização e hidrólise enzimática e o material de paredes celulares foi fracionado em celulose, hemicelulose e pectina. Quantitativamente celulose foi a maior fração constituindo entre 57,2 e 70% do material inicial de paredes celulares isoladas, seguido por pectina e hemicelulose. O material isolado como paredes celulares diminuiu com o tempo de plantio das raízes e a concentração de celulose foi menor no material isolado de raízes mais velhas. A fração pectina diferiu em concentração de açúcares entre raízes de idades diferentes, sendo mais alta em raízes mais velhas enquanto a concentração de ácidos urônicos diferiu entre idades e cultivares. Palavras-chave: paredes celulares; celulose; pectina; hemicelulose; mand...