Caracterizar e avaliar a ocorrência de trauma craniofacial causado por acidentes de transporte em idosos atendidos em um centro de referência. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo, sendo a amostra composta por 117 prontuários médicos de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos hospitalizados por acidentes de transporte. Foram coletados dados referentes ao sexo, faixa etária, dia da semana e horário, tipo de acidente de transporte, lesão em tecido mole, existência de lesões múltiplas, lesão na cabeça e face, ocorrência de fratura e tipo de osso acometido, ocorrência de traumatismo crânio-encefálico e óbito durante os meses de janeiro a dezembro de 2011. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e inferencial (teste Qui-quadrado), sendo adotado um nível de significância de 5%. Resultados: As vítimas eram homens (74,4%), entre 60 a 69 anos (61,5%). A maioria dos acidentes ocorreram durante dias úteis (68,4%), a noite (38,5%) e envolviam pedestres (45,3%). Verificou-se associação estatisticamente significante entre o gênero e o tipo de acidente de transporte (p=0,004). Lesões em tecidos moles acometeram 76,9% das vítimas e 39,3% apresentavam lesões múltiplas. A ocorrência de injúrias na cabeça e na face foi de 17,9% para cada região. As fraturas no crânio acometeram 6% das vítimas, enquanto as fraturas na maxila representaram 4,3% dos casos. A ocorrência de óbito foi de 9,4%. A análise bivariada mostrou associação estatisticamente significante entre a presença de trauma na face e a ocorrrência de traumatismo crânio-encefálico (p=0,034). Conclusão: Os acidentes de transporte acometem pedestres do sexo masculino, na faixa etária de 60 a 69 anos, no período noturno e acarretam lesões múltiplas. As vítimas apresentam injúrias nas regiões da cabeça e da face, com elevada ocorrência de fratura óssea. Verificou-se associação estatisticamente significante entre a presença de trauma na face e a ocorrrência de traumatismo cranioencefálico.