Myracrodruon urundeuva, conhecida popularmente como aroeira, é amplamente distribuída no território brasileiro e considerada espécie polivalente por sua diversidade de usos, que incluem aplicações como combustível, madeira, forragem, apicultura, recuperação de áreas e o uso medicinal, muito praticado por populações rurais. Essa diversidade de aplicações pode ameaçar a conservação da espécie devido à exploração excessiva e o uso de técnicas inadequadas que podem resultar em declínio das populações naturais. Com este trabalho, o objetivo foi verificar o conhecimento atual sobre M. urundeuva e seu estado de conservação. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática seguindo o modelo PRISMA, com busca de artigos publicados entre 2010 e 2020. Foram identificados inicialmente 333 artigos, dos quais 165 foram incluídos na revisão. Os artigos se distribuem nas categorias atividade biológica, biologia vegetal e ecologia, composição química, etnobotânica e produção. A maior parte dos estudos diz respeito à avaliação das atividades biológicas da espécie com evidências de efeitos anti-inflamatório, antimicrobiano, antioxidante, antifúngico, antiviral, inseticida e neuroprotetor entre outros, corroborando aplicações terapêuticas da espécie descritas em estudos etnobotânicos. A aroeira não é considerada oficialmente ameaçada de extinção. Embora muitos autores asseverem que a exploração excessiva da espécie seja uma ameaça a sua conservação, não foram encontrados dados que suportem tal suposição. São necessários estudos que avaliem o estado populacional da espécie, a condição ambiental de sua área de distribuição e seu volume de exploração, para que se possa avaliar adequadamente o estado de conservação da espécie e proposição de medidas para seu uso sustentável.