O cultivo do grão-de-bico vem se expandindo no Brasil e conhecer o comportamento dessas sementes durante o armazenamento é fundamental para definir estratégias adequadas para a sua conservação. Objetivou-se avaliar as alterações bioquímicas, fisiológicas e sanitárias em sementes de grão-de-bico armazenadas em diferentes embalagens e condições de ambiente. Para tanto, sementes da cultivar BRS Aleppo, foram acondicionadas em embalagem impermeável (plástico) e permeável (papel) e armazenadas em: câmara fria e seca - CF (8 °C ± 1,0 e 35% UR ± 1,3); sala refrigerada - REF (18 °C ± 1,3 e 62% UR ± 4,0) e ambiente não controlado - AMB (24 °C ± 1,8 e 68% UR ± 6,7). Inicialmente e aos 3, 6, 9 e 12 meses de armazenamento as sementes foram avaliadas quanto ao teor de água, germinação, primeira contagem de germinação, comprimento de plântula, envelhecimento acelerado, condutividade elétrica, índice de velocidade de emergência, conteúdo de malonaldeído, atividade das enzimas antioxidativas SOD, APX e CAT e incidência de fungos. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, em esquema de parcela subdividida (3x2x4) + 1 (avaliação inicial). Os dados obtidos nos testes de qualidade fisiológica referentes aos períodos de armazenamento foram submetidos à análise de regressão polinomial e para comparações entre embalagens e ambientes, dentro de cada período de armazenamento, foram utilizados os testes F e de Tukey (5%), respectivamente. Foi realizada ainda a análise multivariada de componentes principais com todos os dados obtidos. O teor de água das sementes em embalagem plástica foi semelhante em todos os ambientes durante o armazenamento (11,0%), e em papel houve maior variação, com redução em CF (7,5%) e ligeiro aumento em AMB (12,5%). A qualidade fisiológica e sanitária das sementes foi mantida em CF, tanto em plástico quanto em papel. O armazenamento em REF, independente da embalagem, e o armazenamento em AMB na embalagem impermeável (plástico), foram eficientes na manutenção da germinação das sementes até doze meses, porém com redução do vigor após nove meses de armazenamento. Por outro lado, houve redução significativa da qualidade fisiológica e sanitária das sementes armazenadas em AMB em embalagem porosa (papel) a partir de 6 meses, sendo essa condição inadequada para o armazenamento por doze meses. A maior temperatura e umidade relativa do ambiente não controlado (AMB) associada à embalagem poroso (papel) provocaram alterações bioquímicas prejudiciais à qualidade das sementes como peroxidação lipídica e redução da atividade de enzimas antioxidativas, SOD e CAT. Aspergillus spp. e Penicillium spp. foram os fungos predominantes durante o armazenamento, apresentando alta incidência principalmente em sementes sob REF e AMB. Palavras-chave: Condição de ambiente. Embalagem. Enzimas antioxidativas. Fungos de armazenamento.