RESUMO:A infertilidade é definida como uma condição médica com repercussões no bemestar físico, psicológico e social. Avanços na medicina da reprodução têm possibilitado a muitos casais a concretização da parentalidade. Diversos tratamentos médicos e o recurso a gâmetas de dador ou embriões doados, constituem desenvolvimentos para a resolução de casos de infertilidade. Ainda assim, os casais que apresentam ausência de útero, malformações ou doença uterina veem-se impossibilitados de experienciar uma gravidez. A gestação de substituição poderia dar resposta à condição de infertilidade. Contudo, esta é uma prática que gera controvérsia, não sendo permitida em muitos países. O objetivo desta revisão é providenciar um corpo de conhecimento organizado em função dos resultados de estudos que procuraram explorar aspectos psicológicos relacionados com a gestação de substituição. Em concreto, foram analisados estudos que abordaram a adaptação marital, a revelação da forma de concepção, o bem-estar físico e psicológico do casal e da criança, o contacto com a gestante de substituição, e a adaptação à parentalidade. Foram examinados 10 estudos longitudinais, com os principais resultados: a gestação de substituição é considerada "uma experiência positiva", os casais beneficiários aparentam ter um bom funcionamento conjugal, a revelação da forma de conceção tende a ser iniciada precocemente, o contacto com a gestante de substituição é mantido, os casais apresentam menor stresse e maior bem-estar físico e psicológico ao longo da gestação, e a adaptação à parentalidade até aos três anos apresenta um valor superior às demais formas de conceção. Palavras-Chave: infertilidade, gestação de substituição, aspetos psicológicos ___________________________________________________________________________
SURROGACY FOR INFERTILITY: PSYCHOLOGICAL ASPECTS -A REVIEW OF THE LITERATUREABSTRACT: Infertility is defined as a clinical condition with repercussions on the physical, psychological and social wellbeing. Progresses in reproductive medicine have been enabling infertile couples to achieve parenthood. In this context, medical treatments and the use of donor gametes or donated embryos are important developments for the resolution of many infertility cases. Nevertheless, for several reasons and due to the reasonably low success rate of such treatments, there are couples who face greater difficulties. Among these are those which in the absence of a uterus, uterine malformations or disease find themselves unable to experience a pregnancy. In these circumstances surrogacy is the only chance to solve their