Desenvolvido em uma área endêmica em esquistossomose, zona rural de Minas Gerais, Brasil, este estudo pretendeu analisar a relação entre um Programa de Educação Ambiental e Saúde, e a postura dos sujeitos frente aos ambientes e à doença. O programa de educação implementado, destinou-se a professores e alunos da escola estadual do lugarejo de Boa União. Pautou-se em um importante dispositivo diferencial com relação aos programas mais usuais neste campo educacional, ao buscar uma perspectiva não puramente instrumental e cognitiva de conhecimento da realidade e da doença, mas uma abordagem na qual os sujeitos são levados a indagar e investigar juntos as suas percepções da realidade, dos ambientes e da doença. Ficou demonstrado que é a partir do conhecimento e reflexão acerca da experiência dos sujeitos com os ambientes e com a doença, experiência entendida aqui como campo onde se entrecruzam representações e práticas, aspectos objetivos e subjetivos, o racional e o empírico, que se obtém o confronto e ruptura cognitivos indispensáveis a uma mudança de postura dos sujeitos.