A dobutamina é um fármaco inotrópico utilizado no tratamento da insuficiência cardíaca descompensada e nos choques sépticos e cardiogênico. É uma amina simpaticomimética que estimula adrenoceptores beta-1 e beta-2, levando ao efeito inotrópico. Atuando no volume sistólico e no débito cardíaco e de maneira diretamente proporcional, eleva discretamente a pressão arterial e a frequência cardíaca e reduz a resistência vascular periférica. A principal indicação clínica da dobutamina ocorre através dos achados de hipoperfusão tecidual ao exame físico, apresentados pelo enchimento capilar lento, pele fria, pulso fino e/ou taquicardia. Este trabalho irá avaliar as principais indicações do uso de dobutamina em 80 pacientes internados na enfermaria e pronto-socorro de Cardiologia de um hospital público do Distrito Federal. Realizou-se por meio de um estudo retrospectivo observacional, analítico e transversal baseado na análise dos prontuários desses pacientes, entre dezembro de 2020 e julho de 2021. Avaliou-se o uso da dobutamina de acordo com sua prescrição, perfil clínico hemodinâmico, tempo de internação, intercorrências e desfechos clínicos dos pacientes, além das seguintes variáveis: idade, sexo, classificação de risco, agravo. Do total dos 80 pacientes, apenas 10% (8/80) usaram dobutamina. Destes, 60% dos pacientes que usaram o fármaco receberam alta hospitalar, 20% foram encaminhados à UTI e 20% foram a óbito. Ainda do total de indivíduos que usaram a medicação, apenas 20% otimizaram o tratamento pelo uso de saturação venosa central. Embora o fármaco tenha sido utilizado apenas em oito pacientes, pode-se inferir o benefício do uso da medicação, visto que, dentre aqueles que a usaram, a maioria evoluiu com alta hospitalar. Não obstante o tamanho da amostra, propõe-se que a dobutamina possa ser utilizada em quadros de insuficiência cardíaca congestiva perfil C, em choque cardiogênico associado ou não à choque séptico, principalmente se bem otimizada.