Identificar associação entre a extensão das lesões coronarianas e a morbimortalidade em cirurgias de revascularização miocárdica pode aprimorar a terapêutica ao permitir tratamentos personalizados. O objetivo proposto é correlacionar o perfil de acometimento de lesões coronarianas com a morbimortalidade em pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio. Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo com 115 pacientes por meio da análise da morbimortalidade em prontuários de pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio, a partir da avaliação da extensão de lesões coronarianas no laudo da cineangiocoronariografia. A diferença estatística foi estabelecida em p<0,05. Não foi identificado associação significativa entre a extensão da lesão coronariana com mortalidade ou tempo de internamento. Entretanto, há associação entre choque cardiogênico com o óbito (OR = 34,61; p < 0,001), além de BAVT e PCR revertida com OR de 48 (p = 0,01) e 9,90 (p = 0,055), respectivamente. Ademais, pacientes com cardiopatia prévia cursam com maior risco complicações (OR=3,83; p = 0,004), como lesão renal aguda (OR = 4,19; p = 0,055) e arritmias (OR= 4,68; p = 0,033). Em relação ao segmento coronariano associado a complicações, a lesão triarterial contém fator de risco significativo (OR=3,89; p < 0,001), enquanto a lesão biarterial apresenta fator de proteção (OR= 0,401; p = 0,039). A extensão da lesão coronariana específica não está associada à mortalidade, mas há associação significativa para algumas complicações perioperatórias, principalmente se na presença de algumas comorbidades.