Cirurgia de urgência durante a Pandemia da COVID-19

Abstract

Desde 11 de março de 2020, o mundo vive uma nova pandemia do coronavírus, causada pela doença COVID-19, o que resultou em diversas mudanças no cotidiano. A preocupação de sobrecarregar o sistema de saúde e o medo de contrair o vírus podem ter levado a apresentações tardias e piores desfechos para pacientes com quadros agudos. O objetivo do estudo é identificar e relatar os efeitos da pandemia nos serviços de cirurgias de urgência. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com abordagem descritiva. A pesquisa bibliográfica teve como questão norteadora “Quais os impactos da pandemia de COVID-19 nos serviços de emergência cirúrgica?”. As bases de dados utilizadas foram: SciELO, PubMed e LILACS, com base nos descritores "COVID-19" e "Serviços Médicos de Emergência", utilizando o operador booleano AND. Não houve alterações significativas em relação ao sexo e à idade. O número de atendimentos reduziu em 21%. As taxas de complicações aumentaram 48%, juntamente com a taxa de mortalidade, que aumentou 12%, e a taxa de apresentação tardia aos serviços de emergência em 37,4%. A pandemia do novo SARS-CoV 2 influenciou significativamente a assistência dos sistemas de saúde. Nesse período, houve redução dessas cirurgias e do número de eventos agudos, como traumas. Várias hipóteses têm sido postuladas para explicar esse comportamento, incluindo o isolamento social e as informações veiculadas pela mídia sobre a situação nos hospitais, o que aumenta a demora na procura por serviços de emergência e aumenta a taxa de mortalidade.

A Influência Da Pandemia Da Covid-19 Nos Procedimentos Cirúrgicos De Emergência E Urgência

“…Os números refletem a realidade da pandemia, com uma redução de 59% no número de cirurgias realizadas nos centros cirúrgicos durante este período (Gonçalves et al,2022). Segundo os autores mencionados acima, novas políticas foram implementadas durante esse período, e os hospitais tomaram medidas para atender pacientes com sintomas gripais, visando reduzir a contaminação de outras áreas hospitalares.…”

“…Nesse sentido, a pandemia da COVID-19 teve um grande impacto na prática médica e na saúde em todo o mundo, expondo as fragilidades do sistema e colocando-o sob pressão essa triste realidade precisou ser combatida com urgência (Gonçalves et al,2022). Devido à necessidade de diminuir a demanda de cirurgias, muitos países precisaram interromper os cronogramas e agendamentos de procedimentos cirúrgicos.…”

“…Agora, com a redução de casos e mortes, novas propostas para retomadas dos serviços de saúde foram elaboradas devido ao acúmulo de casos que precisam ser resolvidos após a pausa causada pela pandemia (Silva et al, 2021), Como mencionado anteriormente, devido à diminuição da incidência e taxa de infecção da COVID-19 em nível nacional, as instituições começaram a considerar a retomada desses serviços. No entanto, para que esse retorno fosse possível, foram identificados aspectos (protocolos) que seriam necessários para o manejo de pacientes com outras necessidades de atendimento, abrangendo espaço, material, equipe e sistema, cada um classificado como vermelho, laranja, amarelo ou verde (Gonçalves et al,2022). Ao considerar estratégias para essa retomada, era crucial ressaltar que tudo estava conectado às infecções perioperatórias por SARS-CoV-2, tornandose um problema que ficou fora de controle e que chegou a ser preocupante, pois cuidar dos infectados poderia resultar em consequências devastadoras (Silva et al, 2021).…”

“…Neste momento, o anestesiologista era o profissional de saúde que especialmente tratava das vias aéreas, expondo-se a maiores riscos e sofrendo maiores taxas de infecção e morbidade (Gonçalves et al,2022). Alguns estudos, como os conduzidos por Dexter et al, (2020) mostraram que entre suas estratégias, eles enfatizam a necessidade de evidências concretas sobre a redução do risco de contaminação do paciente.…”

“…Outro ponto a destacar é que, conforme observado acima, as diretrizes de triagem para esta crise cirúrgica geral incluíram uma proporção maior de pacientes submetidos a cirurgias de maior risco nesse período, apesar das recomendações da American College of Surgeons (Gonçalves et al,2022).…”