Cisto ósseo traumático (COT) refere-se a uma lesão rara dos maxilares, denominada por muitos autores como pseudocisto, na maioria das vezes as lesões são descobertas por acaso, em radiografias de rotina. Apresenta-se intraósseo, com cápsula tênue ou tecido conectivo sem epitélio e grande parte das lesões são cavidades vazias, contendo pouco fluido seroso ou serosanguinolento, com cápsula epitelial ausente. O objetivo do estudo foi descrever a clínica de um caso raro de cisto ósseo traumático em uma criança de oito anos, desde seu diagnóstico, até a resolução do caso. Na primeira radiografia panorâmica, feita logo após o trauma, em 07/01/2020 mostra o achado radiográfico de uma lesão, na ocasião não diagnosticada. Pelo trauma houve uma fratura na cortical óssea, ficando associada com essa lesão já existente. Após um ano houve uma reação inflamatória recidivante, expondo o sequestro ósseo, novas imagens, uma anamnese detalhada e principalmente uma busca pela imagem inicial, determinou a existência da lesão ser anterior ao trauma ocorrido. Conforme relato da mãe, houveram outras quedas, anteriores, tornando o trauma a etiologia da lesão. Pela abordagem cirúrgica foi possível o diagnóstico definitivo, o exame anatomopatológico confirmou a hipótese de diagnóstico sendo positivo para COT. O canino inferior esquerdo erupcionando em posição desfavorável foi encaminhado ao serviço de ortodontia. O cirurgião-dentista deve possuir conhecimentos suficientes para diferenciar e diagnosticar as mais diversas lesões císticas, podendo assim proceder rápida e correta resolução dos casos, oferecendo assim um diagnóstico preciso e uma reparação óssea.