IntroduçãoDesde a publicação, em 2007, do 4º relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), o AR-4, o debate ambiental obteve um destaque político, econômico e social que até então só poderia ser comparado à Conferência das Nações Unidas de 1992, a Rio 92. Passados quase 20 anos dessa conferência no Rio de Janeiro, o que temos em debate é muito mais do que uma discussão relacionada à poluição e degradação dos recursos naturais. A perspectiva da problemática ambiental hoje parece assumir um aspecto muito mais amplo e que efetivamente incorpora, à esfera da vida cotidiana, os desafios relacionados ao clima. Para Giddens (2010), há um deslocamento da discussão sobre mudanças climáticas para a corrente dominante e com isso potencializa-se uma diversidade maior de aproximações ao tema.O debate que antes era exclusividade do movimento verde foi incorporado pelas mais diversas áreas, desde a economia até a política mais esquerdista, cada qual buscando se apropriar do tema à sua maneira e de acordo com seus interesses. Entretanto, a busca de uma ciência ou política da mudança climática não deve ser confundida com esses princípios "verdes". A preservação ou conservação que é um dos lemas do movimento verde tem pouca relação direta com as mudanças climáticas, se comparado com outros aspectos menos evidentes (GIDDENS, 2010, p. 80). Assim, como mencionado por Buttel et al. (2002), as questões ambientais tornam-se cada vez mais aspectos sociais do que meramente aqueles relacionados à natureza.Neste contexto, é importante reiterar tal separação, pois, entre outras razões, essa percepção contribuiu para que tenham sido necessários 15 anos (entre o