INTRODUÇÃO: Escores prognósticos são cruciais para evitar medidas desproporcionais em cuidados paliativos, mas seu uso em pacientes não oncológicos, em cuidado domiciliar e em países subdesenvolvidos apresenta carência de evidência. OBJETIVO: Comparar a acurácia dos instrumentos preditivos de sobrevivência Palliative Performance Scale (PPS), Karnofsky Performance Status (KPS), Palliative Prognostic Index (PPI) e Palliative Prognostic Score (PaP) na população idosa do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) de Curitiba. MÉTODOS: Trata-se de estudo de acurácia diagnóstica de caráter prospectivo e observacional conduzido com idosos em cuidados paliativos no SAD de Curitiba. Aplicaram-se os escores PPS, KPS, PPI e PaP, e após 90 dias os pacientes foram avaliados quanto aos desfechos internamento hospitalar e óbito. RESULTADOS: A amostra final foi de 53 pacientes com idade ≥ 60 anos; desses, 28,3% (n = 15) tinham ≥ 85 anos. Na análise do desfecho binário (óbito ou não), foi identificado que a escala PaP teve melhor acurácia (79,2%). Na análise do desfecho ordinal (óbito, hospitalização ou nenhuma dessas opções), a escala com melhor acurácia foi o PPI (58,5%), mas todas as escalas avaliaram a amostra de forma semelhante, sem significância estatística. Em ambas as análises, os pacientes com idade ≥ 85 anos obtiveram resultados semelhantes aos demais. Apesar de o SAD ser um ambiente distinto, obteve resultados similares aos de outros estudos que incluíram hospitais e hospices. CONCLUSÃO: As escalas prognósticas apresentaram melhor acurácia na predição somente de óbito, mas quando usadas para relacionar a hospitalização, perdem sua acurácia. Não houve uma escala superior às demais, e não existiu distinção da acurácia referente à idade. PALAVRAS-CHAVE: idoso; serviços de assistência domiciliar; cuidados paliativos; medicina paliativa; prognóstico; sobrevida.