A doença isquêmica do coração (DIC) é importante causa de morbimortalidade em mulheres e homens. Esse documento apresenta as diferenças dessa doença na mulher, com ênfase na investigação diagnóstica em sua fase estável.
A maior prevalência de sintomas atípicos, diferenças anatômicas, aspectos psicossociais adversos e a associação de fatores de risco específicos referentes ao passado obstétrico tornam necessária uma avaliação clínica acurada e uma investigação diagnóstica bem dirigida, levando-se em consideração as limitações e os valores preditivos positivos e negativos dos métodos. Devido à exposição mamária, exames que envolvem radiação devem ser reconsiderados em casos selecionados.
Também salientamos que exames não cardiológicos realizados com frequência na mulher, como mamografia, oferecem uma oportunidade de se atentar para o risco cardiovascular (RCV) em faixas etárias precoces ou mesmo em pacientes com poucos fatores de risco tradicionais.
Exames complementares que avaliam a microcirculação devem ser incluídos em casos de isquemia comprovada na ausência de doença coronariana obstrutiva, o que sabidamente é mais frequente em mulheres.