ResumoPara possível observação da hipertensão ocular com o uso de antiinflamatórios, foram selecionados 28 cães da raça Beagle. Para avaliação da pressão intra-ocular antes do tratamento, no dia 0 (zero) todos os animais tiveram a pressão intra-ocular avaliada às 08 horas e às 16 horas. No dia seguinte dez cães receberam meloxicam na dose de 0,2 mg/kg, e 0,1mg/kg nos restantes quatro dias. Nove cães receberam prednisona na dose de 1,0 mg/kg durante cinco dias. Nove cães receberam somente porção de ração úmida. No quinto dia do tratamento todos os animais tiveram novamente a pressão intraocular avaliada às 08 horas e às 16 horas. Em todos os grupos, incluindo o grupo-controle, as maiores médias de pressão intra-ocular foram observadas no dia 5 (cinco). A diferença dos valores de pressão intra-ocular observada entre as medições das 08 horas e das 16 horas foi significativa, independente do tratamento e do dia considerado. O uso dos anti-inflamatórios esteroidal e não-esteroidal não foi capaz de causar hipertensão ocular e alguns fatores podem ser incriminados, como via de administração, dose e duração do tratamento utilizado, além da ausência de doença glaucomatosa nos cães selecionados.
Palavras-chave:Cão. Hipertensão ocular. Anti-inflamatório não-esteroidal. Glicocorticóide
IntroduçãoO humor aquoso contido no olho exerce pressão contra a parede do bulbo ocular com uma força que é denominada pressão intra-ocular (PIO).
1A hipertensão ocular constitui um fator de risco para o desenvolvimento de glaucoma 2,3,4,5 , sendo este fator o único passível de tratamento 3,6 . O glaucoma é definido como uma neuropatia óptica anterior progressiva caracterizada por escavação e atrofia do disco óptico e decréscimo na funcionalidade da retina 2,7,8 , geralmente acompanhada por valores de PIO maiores que 25 mmHg 9 . Sendo os danos irreversíveis e tendo a cegueira como resultado final, o diagnóstico e tratamento precoces seriam formas eficientes de retardar o seu aparecimento.