Introdução: Erros refrativos, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, são as principais causas de deficiência visual em crianças, impactando negativamente o desenvolvimento cognitivo, social e acadêmico. A prevalência desses erros varia significativamente entre diferentes populações, influenciada por fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Esta revisão sistemática tem como objetivo avaliar a prevalência e os fatores de risco associados aos erros refrativos em crianças, sintetizando evidências de estudos recentes e identificando áreas críticas para intervenção e políticas de saúde pública. Métodos: Foi conduzida uma revisão sistemática utilizando as diretrizes PRISMA, com buscas nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science e Cochrane Library. Foram incluídos estudos publicados entre 2011 e 2024 que investigaram a prevalência e os fatores de risco para miopia, hipermetropia, astigmatismo e ambliopia em crianças. Critérios de inclusão abrangeram estudos observacionais com populações pediátricas e métodos de diagnóstico definidos. A heterogeneidade foi avaliada com o índice I² e o teste Q de Cochran, e uma meta-análise de efeitos aleatórios foi realizada para estimar a prevalência combinada dos erros refrativos. Resultados: A prevalência combinada dos erros refrativos em crianças foi estimada em 22% para miopia, 18% para hipermetropia, 16% para astigmatismo e 12% para ambliopia. A heterogeneidade entre os estudos foi significativa, sugerindo variabilidade nas prevalências devido a fatores genéticos, ambientais e metodológicos. Análises de subgrupos indicaram que as prevalências eram mais altas em populações urbanas e em crianças expostas a menos luz natural. Fatores de risco como histórico familiar, aumento do tempo de atividades de perto, redução do tempo ao ar livre e certas condições sistêmicas foram identificados como determinantes críticos para o desenvolvimento dos erros refrativos. Conclusão: Os resultados destacam a necessidade de estratégias direcionadas para a triagem precoce e o manejo adequado dos erros refrativos em crianças, adaptadas às características específicas de cada população. Políticas de saúde pública devem enfatizar a prevenção e a intervenção precoce para reduzir a carga desses distúrbios oculares na infância.