Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível de grande relevância atual que pode evoluir com neuroinfecção, se não tratada precocemente. A apresentação clínica pode se manifestar com quadros neurológicos e psiquiátricos que mimetizam demência, síndromes psicóticas e transtornos de personalidade e humor. Metodologia: Pesquisa nas bases de dados Medline, Lilacs e PubMed usando os descritores Neurosífilis; Neurosyphilis; Trastorno Bipolar; Bipolar Disorder. Foram selecionados relatos de caso, compreendidos entre os anos de 2011 e 2022, escritos em inglês, português e espanhol. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, de 42 anos, sem comorbidades psiquiátricas, deu entrada no Hospital Universitário São Francisco (HUSF) devido a sintomas depressivos. Há 5 meses, havia apresentado um episódio maniforme quando foi realizado VDRL sérico e liquórico cujo resultado era de 1:128 e 1:64, respectivamente. Recebeu o diagnóstico de neurossífilis, sendo adequadamente tratado para neuroinfecção. Na ocasião do caso, foi introduzido ácido valpróico 1g/dia e, posteriormente, sertralina 50mg/dia. No HUSF, optou-se pela otimização da dose das medicações já utilizadas, obtendo melhora do quadro clínico e sem recorrências até o presente momento. Discussão: A neurossífilis pode mimetizar o transtorno bipolar, devido ao prejuízo das funções cognitivas e executivas no processo fisiopatológico. A evolução clínica varia, podendo ser exuberante mesmo após o tratamento adequado e a queda na titulação do VDRL. Conclusão: O diagnóstico de neurossífilis em pacientes psiquiátricos deve ser sempre aventado, uma vez que a doença pode causar déficits e alterações de humor que podem mimetizar diversas condições neurológicas e psiquiátricas.