Coagulopatia em gestantes com COVID-19

Abstract

A atual pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus SARSCoV-2, teve rápida disseminação e resultou em inúmeros casos fatais. A coagulopatia é uma das principais complicações dessa doença, sendo possível a ocorrência em qualquer paciente infectado pelo vírus; um dos grupos de risco, as pacientes obstétricas, requer maior atenção, devido às alterações coagulativas e hemostáticas já esperadas neste grupo. O objetivo da revisão foi realizar um levantamento bibliográfico de artigos que abordam a relação entre hipercoagulopatia e gestantes infectadas pelo vírus SARS-COV-2. A pesquisa foi efetuada nas bases de dados Google Acadêmico, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores “gestantes”, “coagulopatia”, “doença sanguínea”, “COVID-19”, “alterações hematológicas”. Alterações de coagulação ocorrem em pacientes gestantes ou não infectadas pelo SARS-COV-2. As gestantes são um grupo mais susceptível à agravos, devido ao processo de hipercoagulabilidade que já ocorre naturalmente no período gestacional. Faz-se necessário mais estudos que evidenciem essa associação, a fim de prover os cuidados e atendimento adequados a tais pacientes.

Principais complicações obstétricas causadas pelo COVID-19

“…A coagulopatia, uma das principais complicações do COVID-19, pode ocorrer em qualquer paciente infectado pelo vírus; porém as gestantes, são mais propensas à agravos, devido ao processo de hipercoagulabilidade fisiológico do período gestacional (Santos et al, 2021). Sabe-se que em uma gravidez normal e saudável, alterações da coagulação ocorrem, principalmente com o intuito de preparar a gestante para o momento do parto, prevenindo hemorragias (Santos et al, 2022).…”

“…Sabe-se que em uma gravidez normal e saudável, alterações da coagulação ocorrem, principalmente com o intuito de preparar a gestante para o momento do parto, prevenindo hemorragias (Santos et al, 2022). As alterações incluem: trombocitopenia, encurtamento do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) e do tempo de protrombina (TP), devido ao acentuado aumento da concentração plasmática da maioria dos fatores de coagulação e redução do nível de antitrombina III (Santos et al, 2021).…”

“…Nesse sentido, a interação entre a resposta imune à infecção e a ativação de vias de coagulação resulta em um estado pró-coagulante nas pacientes obstétricas, podendo levar a complicações trombóticas e à coagulopatia. (Santos, Araújo, Telis, Araújo, Almeida, Santos & Bernardes, 2021) Todo esse contexto desencadeia nas gestantes uma percepção de perigo iminente e desconhecido, levando ao estresse e medo. Desse modo, os profissionais devem ser qualificados para o atendimento no parto, gestação e puerpério colocando a maternidade segura como uma de suas prioridades a fim de reduzir a mortalidade das mulheres durante gravidez e do parto.…”

Avaliação epidemiológica da mortalidade materno-infantil durante a pandemia da COVID-19 no município de Cascavel-PR

“…A gravidez é, geralmente, considerada um estado de alto risco no contexto de condições infecciosas, pois as alterações imunológicas promovidas por ela podem aumentar a suscetibilidade a patógenos e suas complicações (De Lima Santos et al, 2021). O primeiro e terceiro trimestres são pró-inflamatórios para que ocorra a implantação e a sequência de eventos necessários antes do parto, respectivamente.…”