Considerando as consequências intrínsecas dos sintomas depressivos ao bem-estar e a relação de possível causalidade e agravamento entre depressão e uso de tabaco, o objetivo geral do presente estudo foi verificar as características pessoais e de saúde dos tabagistas, analisando a prevalência global do uso de produtos derivados do tabaco e sua correlação com as alterações de humor, especificamente, com a autopercepção de depressão por meio de dados secundários. Para tal, foi realizado um estudo transversal, quantitativo e descritivo durante o mês de Agosto e Setembro de 2023, com dados secundários disponíveis no DATASUS. Para análise dos dados utilizou-se de um tratamento descritivo e inferencial das variáveis, compreendendo um nível de significância de p<0,05. Em 2013, cerca de 14,7% da população brasileira eram fumantes, com uma prevalência maior naqueles de 18 a 59 anos (14,3%) e no sexo masculino (18,87%). Quanto aos problemas de depressão, 21,48% dos brasileiros se auto declararam com sintomas depressivos, com prevalência naqueles com 60 anos ou mais (23,5%) e nas mulheres (27,74%). Tanto o uso de tabaco quanto a autopercepção de problemas de depressão foram inversamente proporcionais ao nível de escolaridade. Não houve significância estatística na correlação do perfil sociodemográfico com o tabagismo ou com a depressão. Apesar da literatura apresentar uma relação de influência mútua entre o uso do tabaco e os sintomas depressivos, não foi possível correlacionar diretamente ambas condições clínicas devido a precariedade dos dados disponíveis. Ainda assim, evidencia-se a necessidade de políticas públicas mais efetivas e atuais, pois trata-se de um problema relevante. Ademais, sugere-se uma maior eficácia no processo de notificação, disponibilização e atualização dos dados provenientes do DATASUS para um melhor direcionamento de estudos futuros.