“…Essa visão veio a consubstanciar-se em inícios dos anos 1930, beneficiando quatro fatores correlatos: a presença de diversos escritores no arquipélago, como o mencionado Julião Quintinha, mas também Augusto Casimiro e José Osório de Oliveira (1900Oliveira ( -1964; as ligações destes vultos à nascente revista Claridade , a qual agregou intelectuais cabo-verdianos em torno de um projeto de recriação literária a partir de uma perspetiva de enquadramento regional no império português, isto é, ainda não decididamente nacionalista; o mencionado impacto de Casa Grande e Senzala junto de Osório de Oliveira e, ainda mais, perante os claridosos, que chegaram a nomear de "messias" o sociólogo brasileiro, uma vez que a realidade humana da outra margem do Atlântico proposta por si espelharia, à escala continental, o sucedido nas ilhas; e, finalmente, o destaque que essa "nova" visão começou a ter nos meios de propaganda do Estado Novo, sobretudo quando as vozes do anticolonialismo começaram a subir de tom e importava exaltar as "qualidades" e o "excecionalismo" da colonização lusa (CASTELO, 1998;FERREIRA, 1985;MADEIRA, 2018;NETO, 2009).…”