As plantas com ação medicinal são recursos de primeira escolha para muitos grupos populacionais com acesso restrito aos programas governamentais de saúde pública. Tais plantas são facilmente encontradas e comercializadas em feiras livres e em mercados públicos de forma in natura ou seca, sendo considerada uma prática cultural. Este trabalho teve como objetivo identificar as plantas medicinais comercializadas em uma feira livre e no Mercado Público Municipal de Iguatu, no Estado do Ceará, Brasil, com o intuito de apresentar suas indicações terapêuticas, princípios ativos e meios de transmissão deste conhecimento pelos sujeitos, comerciantes e erveiros. Com fundamento na abordagem quali-quantitativa, fazendo uso de entrevistas semiestruturadas com comerciantes erveiros, foi realizado um levantamento das plantas medicinais utilizando a técnica de listagem livre. A partir da literatura especializada foi possível a identificação botânica das espécies comercializadas. Os resultados da pesquisa permitiram a identificação de 59 etnoespécies, pertencentes a 55 gêneros e distribuídas em 38 famílias botânicas, sendo Fabaceae e Lamiaceae as famílias mais representativas, ambas com 8,5%, seguida de Asteraceae com 6,5%. Em relação à parte vegetal mais utilizada destacou-se as cascas e caules (27,42%) e sementes (24,19%) e o modo de preparo predominante foi o chá (98,3%). Dentre as espécies citadas pelos erveiros, 22% são utilizadas para tratar mais de um problema de saúde, enquanto 78% possuem apenas uma indicação terapêutica. Quanto às condições sanitárias foram observadas algumas condições inadequadas de armazenamento de materiais vegetais para comercialização.