Este artigo apresenta os resultados da Pesquisa intitulada Arquitetura Vernacular de edificações habitacionais como expressão ambiental e cultural no Litoral Sul do Estado da Bahia, Brasil, que objetivou identificar, catalogar e analisar habitações construídas em Comunidades Tradicionais entre os municípios de Itacaré e Una. Partiu-se da hipótese de que o processo construtivo vernacular em Comunidades Tradicionais vem sendo gradativamente substituído por tecnologias construtivas e materiais convencionais, tais como: concreto, argamassa de cimento e tijolos cerâmicos. A Aldeia Indígena Itapoã Tupinambá de Olivença foi escolhida para a coleta das informações. As técnicas de Pesquisa utilizadas foram o registro em diário de campo e um roteiro de entrevista semiestruturada aplicado a um grupo focal, constituído por anciãos da Aldeia, responsável por transmitir o conhecimento acerca do processo construtivo das habitações para a Comunidade. Tanto as descrições em diário de campo quanto as respostas da entrevista foram analisadas considerando: 1 estratégias arquitetônicas bioclimáticas intuitivas utilizadas no processo construtivo das habitações, 2 extração e uso dos Recursos Naturais locais e 3 a relação meio ambiente e Comunidade. Os resultados mostraram que: a) a tipologia vernacular predominante na área de abrangência da Pesquisa e na Aldeia Indígena estudada é o Pau-a-Pique; b) o dimensionamento das habitações, o cálculo dos materiais a serem extraídos da Mata local, rituais para extração dos materiais são definidos e orientados pelo grupo de anciãos da Aldeia, c) o processo coletivo de construção das habitações fortalecem os laços sociais dentro da Comunidade e d) apesar da importância ambiental e cultural do processo vernacular de construção, há materiais convencionais sendo utilizados para substituir as tramas de madeira e argamassa de argila, água, areia e fibras que compõem as paredes das habitações, o que corrobora a hipótese da Pesquisa.