Objetivos: avaliar e analisar a associação entre demandas funcionais e fatores ambientais de usuários atendidos na atenção primária em saúde (APS). Métodos: estudo transversal que avaliou usuários da APS utilizando o Protocolo de Levantamento de Problemas para a Reabilitação (PLPR) e do Inventário de Fatores Ambientais (CHIEF). Aplicou-se estatística descritiva, análise geo-espacial e Regressão Linear Múltipla para análise dos dados. Resultados: Foram avaliados 230 usuários que apresentaram maior demanda funcional nos domínios dor (média=5,29; DP=3,55); energia e sono (média=3,17; DP=2,91); e mobilidade (média=3,07; DP=2,51). Os fatores ambientais que apresentaram mais barreiras foram ‘serviços e assistência’ (média=0,66; DP=0,61) e ‘estrutura física’ (média=0,61; DP=0,65). A análise geo-espacial identificou as regiões do território de abrangência da unidade básica de saúde com maior presença de barreiras e estas foram correspondentes ao local de moradia dos usuários com mais necessidades funcionais. Pior percepção de saúde (p=0,000), maior número de doenças diagnosticadas (p=0,000) e maior presença de barreiras em ‘serviços e assistência’ (p=0,039) e ‘estrutura física’ (p=0,000) foram preditores de maior demanda funcional. O coeficiente ajustado do modelo foi de 43,2% (p=0,001). Considerações finais: Usuários da atenção primária em saúde apresentam dificuldades ou deficiências leves a moderadas nas áreas de dor, mobilidade e energia e sono, que podem ser identificadas já no acolhimento ao serviço. As barreiras ambientais mais presentes no território avaliado foram em ‘serviços e assistência’ e ‘estrutura física’. Melhor percepção de saúde, menor número de doenças diagnosticadas e menor presença de barreiras ambientais são preditores de maior funcionalidade em usuários da APS.