Neste artigo, apresentamos os resultados de uma pesquisa que analisou, a partir de escritas espontâneas com e sem figuras, a apropriação do sistema de escrita alfabética por crianças com deficiência intelectual na fase inicial da alfabetização. No estudo, oito crianças participaram de uma avaliação inicial e final do nível psicogenético da escrita. Verificamos, em ambas as situações, uma frequência importante de variados subníveis de escrita, na produção de uma mesma criança, tanto na condição com figura como na sem figura. Observamos que não ocorreu efeito positivo da testagem com figura sobre a evolução do nível conceitual de escrita das crianças. Pelo contrário, na condição com figuras, identificamos menor percentual de notações do nível alfabético, acompanhada de uma ampliação de escritas “Outras”, cujas características não foram contempladas na teoria da psicogênese da língua escrita, como descrita por Ferreiro e Teberosky (1979). Concluímos que nem sempre a diversificação dos subníveis nas diferentes situações de testagem revelou uma evolução conceitual da escrita. Ademais, havia uma relação entre o grau de dificuldade de escrita e o resultado desse registro.