Comparação entre avaliações de linguagem na infância e sua relação com risco psíquico

Abstract

Objetivo: Comparar os resultados das avaliações de linguagem obtidas por protocolos centrados nas habilidades das crianças com os resultados de uma análise enunciativa em casos de atraso de linguagem, relacionando-os ao psiquismo. Método: Estudo de caso longitudinal, qualitativo, com três crianças de 24 meses. Elas foram avaliadas em suas habilidades linguísticas por meio dos protocolos DENVER II e BAYLEY III. A avaliação enunciativa foi realizada por meio da análise dos vídeos das interações entre as mães e os bebês a partir dos quais foram identificados os mecanismos e estratégias enunciativas. O risco psíquico foi avaliado por meio dos Indicadores Clínicos de Referência ao Desenvolvimento Infantil (IRDI) e Sinais PREAUT e comparado aos resultados do MCHAT. Resultados: As avaliações de linguagem demonstraram que o teste Bayley III é mais sensível ao atraso no domínio gramatical do que o Denver II. As análises enunciativas demonstraram a limitação nos mecanismos enunciativos no caso de risco psíquico mais grave, mas também as potencialidades linguísticas das crianças. Conclusão: A comparação permitiu identificar a diferença entre testes padronizados e a avaliação enunciativa, pois a limitação em mecanismos enunciativos e em alguns itens relacionados ao endereçamento da fala ao outro no teste Bayley III permitiu identificar as limitações de linguagem relacionadas com as alterações na intersubjetividade.

Relationship between enunciative signs of language acquisition and language assessment through the Bayley III scale at 24 months

“…These data allow us to observe that, in most cases, the maternal factor contributed to the emergence and understanding of language functioning in cases of delayed language acquisition. In other words, the way the adult carries out enunciative support must be considered in the assessment and intervention for delayed language acquisition (17,18) .…”

“…The Enunciative Signs of Language Acquisition [ESLA -in Portuguese Sinais Enunciativos de Aquisição da Linguagem (SEAL)] (12)(13)(14) tool was preliminarily validated to provide an instrument to address the adult-child dialogue so that it could be easily applied in the process of language acquisition follow-up, based on the contributions of clinical studies from the enunciative perspective (15)(16)(17)(18) and the enunciative study of language acquisition (19) . The ESLA signs consider the semiotic level (grammatical domain of the language) and the language semantization process.…”

“…The ESLA signs consider the semiotic level (grammatical domain of the language) and the language semantization process. This process is related to the subject's appropriation of their linguistic knowledge (semiotic level) in the dialogue support, which allows for identifying the emergence and support of a place of enunciation for the baby (16)(17)(18)(19) .…”

“…From this perspective, the child's potentialities (biological, cognitive, and subjective) and the enunciative support offered by the adult are important (17,18) . The ESLA signs capture whether the language acquisition process is proceeding as expected or it presents some impediment through an indicative paradigm, i.e., if the signs are present, the process is possibly satisfactory; if they are absent, the child and their family members should be monitored through shorter sessions to verify the language progress and establish a potential demand for timely intervention.…”

“…In this context, herein we consider the results from previous studies on the grammatical domain and the language semantization process. The goal is to analyze the child's conditions of occupying the enunciation place, as well as the adult's conditions of sustaining this place (12)(13)(14)(15)(16)(17)(18)(19) , in addition to the scientific evidence generated by the Bayley Scale III (1)(2)(3)(4)(5)(6)(7)(8)(9)(10)(11) . Thereby, this research analyzes the correlation between the results obtained by the ESLA and the Bayley Scale III, and compares babies with and without delayed language acquisition at 24 months of age concerning their performance and their mothers' in the ESLA from 3 to 24 months.…”