Introdução: Considerada um problema de saúde pública, a deficiência auditiva em crianças pode prejudicar o processo de desenvolvimento da linguagem se o diagnóstico e intervenção não ocorrerem precocemente. Objetivos: Identificar os fatores de risco e a prevalência da deficiência auditiva em crianças atendidas no Programa de Saúde Auditiva do Sistema Único de Saúde de uma universidade de Vila Velha, ES. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo de agosto de 2016 a agosto de 2018. A partir dos dados dos prontuários, realizou-se uma análise dos resultados da triagem do risco para deficiência auditiva e dos indicadores de risco. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade. Resultados: Das 123 crianças estudadas, um total de 61 apresentou algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 21,31% (n= 13) tiveram perda neurossensorial coclear, identificada pelo TAN; 36,06% (n=22) tiveram perda por lesão retrococlear identificada pelo BERA; e 42,62% (n=26) apresentaram perda neurossensorial coclear e retrococlear, ou seja, tanto no TAN quanto no BERA. Observou-se maior prevalência nos casos de permanência na incubadora >7 dias, medicações ototóxicas, malformações craniofaciais, nascimento prematuro, otite média recorrente, síndromes associadas, hiperbilirrubinemia, porém o único que teve significância estatística foi “ventilação mecânica”. Conclusão: Os achados demonstraram alta prevalência de deficiência auditiva em crianças de 0 a 5. Apesar de o fator “ventilação mecânica” ter sido o único com significância, acredita-se que o diagnóstico de deficiência auditiva tenha forte relação com os demais fatores de risco identificados no estudo.