A remoção do tecido inviável da ferida é um passo importante para o processo de cicatrização. O desbridamento enzimático é um dos métodos utilizados pela equipe de enfermagem para tal fim, consistindo na aplicação de enzimas exógenas no leito da ferida, a fim de obter a degradação do tecido necrosado, sem prejuízo do viável. Dentre os produtos disponíveis para tal desbridamento, a associação papaína-ureia apresenta resultados satisfatórios. Entretanto, ainda é pouco utilizada no Brasil. Assim, o presente estudo é uma revisão de literatura, cujo objetivo foi identificar artigos científicos sobre o uso da papaína-ureia como agente desbridante em feridas. A busca se deu nas seguintes bases de dados: PubMed, Scopus, Web of Science, Cochrane, LILACS e SciELO. O período considerado foi de 2000 a 2012, utilizando os descritores: desbridamento, papaína-ureia, papaína, ureia e suas respectivas versões em inglês. De acordo com a literatura, o uso de papaína-ureia promove dissolução do tecido não viável e melhora a aparência da lesão: ocorre redução de edema, eritema, odor e exsudato. Favorece, assim, o processo de granulação e epitelização. Entretanto, as evidências científicas ainda são poucas e mais estudos precisam ser realizados.