JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:, pioneiro em usar o termo "analgesia preemptiva", observou redução das alterações centrais quando opióides e anestésicos locais foram administrados isoladamente ou associados antes da incisão cirúrgica, havendo diminuição da intensidade da dor pós-operatória. Os estudos mostram que a anestesia geral promove diminuição da transmissão de impulsos dolorosos periféricos para o sistema nervoso central, porém não é capaz de inibi-los totalmente 3 . Assim, os estímulos nociceptivos provocam sensibilização central, que são responsáveis por aumento da intensidade da dor e do consumo de analgésicos no período pós-operatório. A intensidade da dor pós-operatória depende não somente da incisão cirúrgica, mas também de fatores como: tipo e duração da cirurgia, extensão e natureza da lesão tecidual, atividade farmacológica do agente escolhido, analgesia adicional intra e pós-operatória 4,5 . A analgesia preemptiva visa bloquear ou reduzir a sensibilização central e a dor patológica, diferente da dor fisiológica por ser excessiva em intensidade e induzida por estímulos não dolorosos 6,7 . Recentemente, Kissin 8 relatou que, para uma abordagem analgésica preemptiva correta, é fundamental a verificação da eficácia analgésica de um tratamento e sua duração no período pós-operatório inicial. Por isso, talvez inúmeros estudos tenham falhado em demonstrar efeito preemptivo. Algumas definições de analgesia preemptiva são usadas por diferentes autores, dificultando a avaliação e a comparação de resultados. A analgesia preemptiva é definida de diferentes maneiras: 1-aquela realizada antes do estímulo cirúrgi-co; 2-a que evita a sensibilização central provocada pela incisão cirúrgica; 3-a que evita o estabelecimento de sensibilização central pela incisão cirúrgica e pelo processo inflamatório pós-operatório. A primeira definição pode levar a uma conclusão falsa, pois a analgesia deve ser suficiente para bloquear os impulsos aferentes e não ser, simplesmente, administrada antes da incisão. O segundo conceito expressa a analgesia preemptiva de modo restrito, considerando os fenômenos nociceptivos
CETAMINA -ASPECTOS FARMACOLÓGICOSA cetamina, 2-(o-clorofenil)-2-(metilamino)-cicloexanona, foi sintetizada em 1963 por Stevens, sendo usada pela primeira vez em humanos, em 1965, por Corssen e Domino. Essa fenciclidina lipossolúvel possui peso molecular de 238 daltons e pKa de 7,5 9-13 . Pode ser usada clinicamente na forma racêmica ou como isômero levo-rotatório (S+ cetamina). AS(+) cetamina é considerada 3 a 4 vezes mais potente que o isômero dextro-rotatório (R-cetamina) para alívio da dor e em doses equianalgésicas, produz menos alterações psíqui-cas e agitação que as formas racêmica e dextro-rotatória [14][15][16][17][18][19][20][21] . A S(+) cetamina é 2 vezes mais potente que a forma racêmica para prevenir a sensibilização central da medula espinhal 22 . A biodisponibilidade desse agente é de 93% 23 e sua meia-vida plasmática de 186 minutos 24 . Por ser altamente lipossolúvel, apresenta grande volume de distribu...