Objetivo: Descrever as diferentes abordagens dos casos cirúrgicos de catarata pediátrica (CP) em pacientes do Serviço de Córnea e Catarata do Hospital São Geraldo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no período de junho de 1998 a novembro de 2000. Métodos: Foram estudados prospectivamente 37 olhos de 31 crianças. Trinta e cinco olhos (94,6%) apresentavam catarata congênita e dois olhos (5,4%) catarata traumática. A abordagem cirúrgica variou de acordo com a idade dos pacientes, que foram divididos nos seguintes grupos: Grupo I (abaixo de 1 ano de idade): facectomia por aspiração manual, sem implantação de lente intra-ocular (LIO) com capsulotomia posterior primária, nos primeiros 2 olhos; capsulorrexe posterior primária (CPP) nos demais, e vitrectomia anterior (VA) via límbica em todos. Grupo II: (entre 1 e 5 anos de idade): facectomia por aspiração manual, com implantação de LIO com CPP e VA via límbica. Grupo III: (entre 1 e 5 anos de idade): facectomia por aspiração manual, com implantação de LIO, capsulotomia posterior primária e VA via pars-plana. Grupo IV: (acima de 5 anos de idade): facectomia por aspiração manual, com implantação de LIO sem capsulotomia/CPP e VA. Para confecção da capsulorrexe anterior e posterior (quando indicada), também foi utilizado aparelho de radiofreqüência. A capsulotomia posterior primária era realizada com vitreófago do aparelho de facoemulsificação Universal -Alcon. Resultados: LIO foi implantada em 31 olhos (83,8%), sendo que 28 (90,3%) dentro do saco capsular e 3 (9,7%) no sulco ciliar. O seguimento pós-operatório variou entre 2 e 27 meses. No grupo IV, houve opacificação secundária da cápsula posterior em 53,8 % dos casos (7 olhos), sendo estes submetidos a capsulotomia com YAG-laser. Conclusão: O uso da radiofreqüência na realização da capsulorrexe anterior e CPP, assim como a VA melhoraram o resultado cirúrgico da CP.