RESUMO Introdução: O câncer gástrico segue como terceira causa de mortalidade mundial por neoplasias malignas. Seus índices prognósticos ainda não foram bem definidos para intervenção cirúrgica quanto à estratificação da intensidade da inflamação crônica. Os Critérios Prognósticos de Glasgow (CPG) e os índices de O-POSSUM e PPOSSUM podem constituir essas padronizações e foram testados para avaliar a associação entre eles e o prognóstico após gastrectomia curativa. Método: Estudo retrospectivo, analisando prontuários de pacientes com adenocarcinoma gástrico e submetidos à gastrectomia, no período de 2015 até 2021, em dois hospitais no Rio de Janeiro. Foram observados a extensão cirúrgica, os dados clínicos e laboratoriais pré, peri e pós-operatórios, até 30 dias após a cirurgia. Os pacientes foram estratificados pelos CPG e comparados segundo classificação de ClavienDindo (CD). Regressão logística foi realizada para testar associação entre o desfecho e variáveis independentes. Resultados: Dos 48 doentes, 56,25% eram do sexo feminino. Houve diferença entre os grupos quanto à extensão cirúrgica e CPG (ambos com p<0,001), enquanto O-POSSUM, P-POSSUM e idade não apresentaram diferença. Fatores associados com complicação CD ≥ III-a na análise univariada foram CPG (OR: 85,261; IC: 24,909-291,831) e P-POSSUM (OR: 1,211; IC: 1,044-1,404). Na análise multivariada, os fatores independentes associados ao CD ≥ III-a foram CPG (OR: 114,865; IC: 15,430-855,086), P-POSSUM (OR: 1,133; IC: 1,086-1,181) e O-POSSUM (OR: 2,238; IC: 1,790-2,797). Conclusão: Neste modelo, CPG, P-POSSUM e O-POSSUM previram complicações cirúrgicas graves. Há necessidade de estudos mais aprofundados para instituir estratégias de forma a minimizar a resposta inflamatória no período pré-operatório.