Ao professor Rodrigo Bueno de Oliveira que sempre me ajudou de forma incansável com seus conhecimentos e conselhos. Sempre muito dedicado ao trabalho e a ciência.A todos da equipe "LEMON": Célia, Kélcia, Noemi, Cinthia, Lais e Lígia. Todas dedicadas ao desenvolvimento do laboratório e às pesquisas ali realizadas.A Valéria, amiga antiga, que desde os tempos de Itajubá me ajuda com seus conhecimentos em pesquisa.
RESUMOINTRODUÇÃO: Os produtos avançados da glicação não enzimática (AGEs) estão envolvidos na fisiopatologia de doenças cardiovasculares e na doença renal crônica (DRC), e podem ser aferidos de forma não invasiva pela autofluorescência da pele (AGEs-sAF) com o dispositivo AGE-Reader TM . Evidências sugerem seu emprego como biomarcador. OBJETIVOS: Estabelecer e validar uma curva populacional de distribuição de AGEs-sAF em uma amostra de brasileiros com e sem DRC. MATERIAIS E MÉTODOS: estudo clínico observacional, transversal, em indivíduos sem DRC (Controle; N=736) e com DRC (N=151: estágios 3-5 (N=19); hemodiálise (N=101) e diálise peritoneal (N=31). Foram realizadas aferições de AGES-sAF (AGEReader™), coleta de dados clínicos, laboratoriais e biópsia de pele para imunohistoquímica. Os critérios de inclusão foram: (Controle) idade >18 anos, não ter diabete melittus (DM), não fumar e não ter DRC; (Grupo DRC) estar em diálise e clinicamente estável. RESULTADOS: Os níveis de AGEs-sAF aumentaram em função da idade em ambos grupos. O grupo controle apresentou níveis gerais e por faixas etárias de AGEs-sAF menores que o grupo DRC [2,0 (1,7-2,3) vs. 2,7 (2,3-3,4)]; p<0,001).No grupo controle os níveis de AGEs-sAF foi maior entre mulheres [ 2 (1-2,4) vs. 1,9 (1,6-2,3); p=0,001]; observou-se relação inversa entre os níveis de AGEs-sAF e o fototipo da pele (p=0,0001).Hipertensão arterial (HA), fototipo de pele e idade foram variáveis independentes associados aos níveis de AGEs-sAF no grupo controle, enquanto no grupo DRC, idade, fototipo e presença de DM.A correlação entre os níveis de AGEs-sAF e estudos imunohistoquímicos da pele não demonstrou significância estatística. CONCLUSÕES: AGEs-sAF aumentam com a idade e são influenciados pelo fototipo, presença de HAS e DM; os níveis de AGEs-sAF são mais elevados nos pacientes com DRC. Não observamos correlação entre os níveis de AGEs-sAF e a porcentagem de AGEs detectada na pele por estudos de imunohistoquímica.