ResumoObjetivou-se avaliar o efeito da substituição da proteína do farelo de soja pela proteína da torta de algodão em dietas de bovinos de corte sobre suas frações de carboidratos e proteína, cinética de fermentação ruminal e produção de metano in vitro. A torta de algodão substituiu 0,0; 0,25; 0,5; 0,75 e 1 kg kg-1 PB da proteína do farelo de soja em dietas, todas com relação volumoso:concentrado de 60:40 e isonitrogenadas. Foi utilizada a técnica in vitro de produção cumulativa de gases. Os níveis de substituição reduziram a proporção de açúcares solúveis (Fração A + B1), e aumentaram a fibra potencialmente degradável (Fração B2) e indigestível (Fração C), sem alterar os carboidratos totais. O aumento nos níveis de substituição reduziram os compostos nitrogenados não protéicos (Fração A), enquanto incrementaram a proteína verdadeira rapidamente degradadável somada à fração de degradação intermediária (Fração B1+B2) e a proteína indigestível (Fração C) nas dietas experimentais. A taxa de degradação dos carboidratos fibrosos apresentou efeito quadrático negativo aos níveis de substituição, sendo que o volume final de gases produzido não foi influenciado. A cinética de degradação dos carboidratos não fibrosos não foi influenciada pela substituição da proteína do farelo de soja pela torta de algodão, assim como o tempo de colonização. Entre zero e 12 horas de incubação, as dietas influenciaram tanto a produção como a proporção de metano com efeito quadrático negativo. Os maiores tempos de incubação, entre 12 e 24 horas, produziram em média 73% da quantidade total de metano, sem apresentar efeito dos tratamentos. Não houve diferença na produção total de metano na MS incubada e na quantidade de energia digestível entre as dietas. A substituição do farelo de soja pela torta de algodão como concentrado protéico em dietas não influencia a produção de metano em 24 horas de fermentação.