Objetivo: Conhecer os aspectos envolvidos na busca por tratamento da crise álgica na doença falciforme, a partir das concepções das genitoras/responsáveis. Métodos: Pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, realizada entre os meses de julho a novembro de 2017, no Centro de Atendimento à Pessoa com Doença Falciforme em Feira de Santana, Bahia, Brasil, com seis mães/responsáveis de crianças e adolescente entre 6 a 18 anos. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados pelos critérios da análise de conteúdo temática e apresentados em quatro categorias: “Motivos que levaram à procura de unidades especializadas”, “Dificuldades encontradas no trajeto à unidade de saúde/logística”, “Infraestrutura/falta de sensibilização profissional para o atendimento de urgência” e “Condições para alta/sentimentos na alta hospitalar”. Resultados: Os principais motivos para procura de uma unidade especializada foram as crises álgicas, bem como febre e infecções pregressas. As dificuldades encontradas no trajeto/logística referem-se ao longo percurso entre o domicílio e o hospital, falta de veículo próprio e a demora no atendimento. A infraestrutura hospitalar foi considerada confortável, porém casos de subjugação da dor e falta de atendimento integral foi associada à falta de conscientização profissional para o problema. As condições de alta foram relacionadas ao alívio da dor, trazendo sentimentos de alegria na alta hospitalar. Conclusão: Os achados revelam fatores relacionados à dificuldade de acesso aos serviços de saúde devido a vulnerabilidade social, havendo necessidade de estratégias efetivas de educação em saúde para capacitar os pais/responsáveis no cuidado domiciliar, visando a prevenção das crises, além de criação de novas unidades especializadas para facilitar atendimento humanizado ao paciente e familiar.