Competitividade Da Agricultura Familiar No Rio Grande Do Sul

Abstract

RESUMOEste estudo objetiva identificar os determinantes da competitividade da agricultura familiar nos municípios gaúchos; mensurar um índice de desempenho competitivo da agricultura familiar (IDAF) em tais municípios; e verificar se há diferença significativa na competitividade da agricultura familiar entre as mesorregiões gaúchas. Para tal, utilizaram-se os métodos de estatística multivariada de análise fatorial e os testes paramétricos de Levene e t de Student para dados não pareados. Os resultados indicaram que apenas dois municípios gaúchos apresentaram alto nível de desempenho competitivo da agricultura familiar, considerando os parâmetros estabelecidos. Verificou-se também que há diferenças significativas na competitividade da agricultura familiar entre as mesorregiões gaúchas.Palavras-chave: Agricultura familiar. Desempenho competitivo. Rio Grande do Sul. ABSTRACT This study aims to identify the determinants of competitiveness of family farming in cities from

Competitividade da agricultura familiar no sul brasileiro

“…Para os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, Sousa et al (2015aSousa et al ( , 2015b identificaram os determinantes da competitividade da agricultura familiar nesses municípios, respectivamente. Com base nos instrumentais de Análise Fatorial e o modelo de regressão linear múltipla, o primeiro estudo verificou que agricultura familiar encontra-se, em geral, com nível de competitividade baixo e intermediário.…”

“…Destarte, a competitividade do ponto de vista teórico tem sido empregada na literatura internacional, concentrando-se nos trabalhos seminais de Esser et al (1996), Possas (1996) e Porter (1993), nos quais foram fundamentais para aplicação do estudo internacional de Bernal et al (2010) e dos estudos empíricos nacionais de Santana (2007) e Sousa e Miranda (2018) que estudaram, respectivamente, o desempenho competitivo das agroindústrias de frutas paraenses e a competitividade dos produtores de melão na Área Livre de Anastrepha grandis no Nordeste brasileiro. Paralelamente, Sousa et al (2015a;2015b) e Rodrigues e Sousa (2018) voltaram-se ao desempenho competitivo da agricultura familiar, nos municípios catarinenses e gaúchos e nas microrregiões nordestinas, na devida ordem. 3 De acordo com Del Grossi (2019), o IBGE seguiu os princípios legais da Lei 11.326/2006, regulamentada pelo Decreto 9.064/2017, considerando como agricultores familiares todos os produtores que: i) possuem áreas de terra de até quatro módulos fiscais; ii) utilizam, no mínimo, metade da força de trabalho familiar no processo produtivo e de geração de renda; iii) obtêm, pelo menos, metade da renda familiar de atividades econômicas do seu sítio; e iv) dirigem o estabelecimento ou empreendimento estritamente com sua família.…”

“…esp. (Dossiê), p. 191-216, 2022. Tendo em vista que os estudos realizados sobre desempenho competitivo da agricultura familiar no Sul brasileiro investigaram apenas os municípios de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, arrojados empiricamente no Censo Agropecuário de 2006, como é o caso dos trabalhos realizados, respectivamente, por Sousa et al (2015a) e Sousa et al (2015b), este estudo avança neste sentido. Além de ampliar a amostra dos municípios sulistas considerados, com inclusão das três unidades federativas alocadas na região aludida, apresenta um enfoque mais recente com a inclusão do Censo Agropecuário de 2017.…”

Rural development and family agriculture in the Brazilian state of Minas Gerais in the light of multivariate data analysis

“…Regarding the aspects related to the strengthening of family agriculture, Sousa et al (2015) report that the use of technology in the land factor, the produc on value, the degree of integra on with the market and the intellectual dimension of farmers play an important role in the compe veness of this social category. Buainain and Souza Filho (2006) also highlights some ways to strengthen family agriculture, such as the addi on of value to their products; public policy instruments that enable the sustained compe veness of enterprises; technical assistance and rural extension; the management of rural property and the management of forms of organiza on.…”

“…The literature shows that all these aspects (rural credit, technical assistance and rural extension (BUAINAIN; SOUZA FILHO, 2006), produc vity (SANGALLI; SCHLINDWEIN, 2013), mechaniza on and formal instruc on (SOUSA et al, 2015) are contribu ons that indicate the strengthening of family farming and are favorable to rural development processes. Sousa et al (2015) revealed a low compe veness of family agriculture associated with aspects such as the low frequency of the use of technical assistance and low machines and equipment. However, in this study, for the two regressions, the variables OCUPAF and ESTAFATEC showed an unexpected signal varying inversely with the level of rural development.…”