Objetivo: Descrever o perfil clínico e epidemiológico de pacientes obesos de um serviço ambulatorial de avaliação perioperatória, realizado por enfermeiros e anestesiologistas, baseado em estratificações e avaliações do risco cardíaco. Método: Estudo descritivo, retrospectivo, composto por dados de 292 pacientes consultados pelo serviço ambulatorial de avaliação perioperatória, em que 88 foram identificados com obesidade. Foram analisadas variáveis demográficas, antropométricas (por índice de massa corporal — IMC), clínicas e cardíacas pelo teste do χ2 . Resultados: Entre os pacientes, 30% eram obesos, dos quais 91% eram do sexo feminino. Em relação à presença de comorbidades, 50% eram portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e 22% a tinham associada ao diabetes mellitus (DM). Foi verificada prevalência de ASA P2 (74%) e alto risco para tromboembolismo venoso (63%); em relação aos riscos cardíacos pelo ACP (American College of Cardiology/American Heart Association — ACP, modificado por Detsky), a maioria (74%) foi estratificada como risco intermediário. Conclusão: A significativa incidência de comorbidades constatada acusa a necessidade de utilizar estratégias multiprofissionais na assistência perioperatória, voltadas para a população obesa, sendo possível identificar vulnerabilidades e diminuir riscos aos quais o indivíduo está sujeito, ao submeter-se a procedimentos cirúrgicos.