Complicações cirúrgicas após gastroplastias

Abstract

O crescimento exuberante do volume de cirurgias bariátricas criou um contingente de pessoas que podem necessitar de atendimento em emergências pelas mais diversas causas, desde casos simples de desconforto abdominal até situações que podem evoluir de forma grave se não forem diagnosticados e tratados com agilidade e segurança. Apresentamos uma breve descrição das principais complicações cirúrgicas após gastroplastias, detalhando o quadro clínico, diagnóstico e terapêutica, com o intuito de despertar interesse no assunto. As alterações anatômicas do trânsito intestinal podem propiciar o surgimento de complicações específicas. Compreender a anatomia e fisiologia das cirurgias e das prováveis complicações possa em muito contribuir para o diagnóstico eficaz e conduta terapêutica efetiva a tempo de reduzir maiores agravantes.

I LIVRO DA ABLAC-BR: A Cirurgia Sob as Lentes das Ligas Acadêmicas

“…As deiscências são aberturas espontâneas dos pontos cirúrgicos ou da cicatriz ao longo de sua linha de incisão cirúrgica, elas representam uma das principais causas de mortes, sendo uma das mais sérias complicações relacionadas às cirurgias do aparelho digestivo, principalmente, em relação às gastroplastias (LIMA et al, 2020).…”

“…A incidência estimada de deiscências após cirurgias bariátricas, por exemplo, varia entre 1,7% e 2,5. Em conjunto com embolia pulmonar, representam mais de 50% das causas de morte em pacientes submetidos a esse tipo de cirurgia (LIMA et al, 2020).…”

“…Os fatores que contribuem para essa complicação são deficiência de vitamina C, hipoproteinemia, uso de esteroides, vômitos, distensão abdominal, infecção da ferida ou necessidade de tossir em excesso se a toalete traqueobrônquica pré-operatória não for bem realizada. A deiscência dificilmente é detectada antes do 7º dia e é raríssima após o 17º e 18º dias (LIMA et al, 2020).…”

“…Dos intrínsecos, pacientes com maior risco são os de idade avançada, com quadros de obesidade (Indice de Massa Corporal acima de 50), homens e aqueles com múltiplas comorbidades. Já na técnica, destaca-se a ausência de cuidados com a prevenção de vazamentos durante o procedimento, como, por exemplo, disparo apropriado de tipo e tamanho de grampos, o reforço das linhas e a realização de testes de vazamento (LIMA et al, 2020).…”