O transplante renal é tipo mais frequente de transplante de órgãos no Brasil, possui processo complexo, envolvendo aspectos éticos, imunológicos somados a condições específicas do doador e do receptor, e que podem acarretar problemas pós-operatórios, incluindo a hipertensão arterial. A HAS desenvolvida pós-transplante renal se correlaciona com desfechos cardiovasculares e renais negativos, cursando com deficiência de função renal, diminuição da sobrevida do enxerto e maior mortalidade por essas causas. A proposta consiste em uma revisão integrativa de literatura sobre a gênese da hipertensão arterial sistêmica em pacientes após realização de transplante renal, composto por artigos originais, publicados no período de 2012 a 2022, em periódicos revisados por pares, nos idiomas português, inglês e espanhol, e que permitam acesso integral ao conteúdo. Foi visto que a gênese da HAS em pacientes transplantados renais pode ser relacionada a fatores como produção de substâncias vasopressoras mantenedoras do SRAA, uso de imunossupressores como glicocorticoides e INC, além de estenose ou trombose da artéria do enxerto renal, associada ou não a fístula arteriovenosa e presença de proteinúria após o procedimento de transplante, bem como a predisposição genética como fator estimulante, especialmente mutações genéticas do tipo APOL1 e CAV-1, sejam do doador ou do receptor. Concluiu-se que a hipertensão arterial sistêmica em transplantados renais tem gênese multifatorial e pode prejudicar de forma sistemática a função fisiológica normal do órgão, bem como a perda do enxerto e diminuição da expectativa de vida desses pacientes.