Juliano Carlos Sbalchiero, TCBC-RJ 5 RESUMO: Objetivo : Analisar as indicações cirúrgicas e o seguimento pós operatório, ressaltando as complicações e efetividade da abordagem multidisciplinar, para os tumores avançados da base do crânio. Método: Análise retrospectiva de 46 prontuários de pacientes submetidos à ressecção de tumores invadindo a fossa craniana anterior e reconstruídos com retalhos microcirúrgicos, operados entre março de 1990 e julho de 2002. Todos os pacientes foram operados pelo núcleo de cirurgia de base do crânio do INCA. Resultados: As estruturas mais envolvidas na ressecção foram por ordem: a órbita (76,5%), seio maxilar (76,5%), seio esfenoidal (63,8%), paredes da cavidade nasal (59,5%) e palato (42,5%). A dura-máter estava acometida em 32,6% dos casos. A reconstrução microcirúrgica utilizando os retalhos do músculo reto abdominal foi empregada em 93,5 % dos casos. A taxa de sucesso dos transplantes livres foi de 97,8%. As complicações ocorreram em 58,6% dos pacientes e as mais freqüentes foram: infecções locais (21,7%), fístulas liquóricas (15,2%), meningite (6,5%) e hematoma (6,5%). Conclusões: A reconstrução com técnica microcirúrgica permite que se realizem ressecções alargadas destes tumores com limites seguros e índices de complicações aceitáveis, permitindo a estes pacientes uma melhoria da qualidade de vida e da sobrevida, com baixo índice de recidiva.Descritores: Neoplasias da base do crânio; Microcirurgia; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos.
Recebido em 29/07/2003 Aceito Para publicação em 21/11/2003Trabalho realizado no Núcleo de Cirurgia da Base do Crânio do Instituto Nacional do Câncer -Rio de Janeiro.
INTRODUÇÃOOs tumores de pele quando localizados no canto interno e externo dos olhos, base da asa nasal e conduto auditivo externo são mais agressivos e podem atingir a base do crânio 1-4 , produzindo o defeito tridimensional da face e do crânio que é caracterizado pela perda do contorno anatômico normal com destruição de estruturas anatômicas, como pele, tecido subcutâneo, músculos, ossos e dura-máter (Figura 1).Os tumores avançados da cabeça e pescoço constituem uma séria realidade em virtude das precá-rias condições do sistema de saúde, e da situação só-cio-econômica da população brasileira. São em sua maioria tumores de origem cutânea, principalmente pelo clima tropical e variabilidade étnica da população do Brasil 5 . O acesso combinado crânio facial para a ressecção de tumores avançados invadindo a fossa craniana anterior tornou-se uma alternativa terapêu-