Para estas espécies foi realizada uma revisão bibliográfi ca, buscando estudos sobre sua constituição química e atividade farmacológica. Para todas as espécies foram encontrados dados químicos e para nove delas dados de atividade farmacológica. Foram encontrados estudos clínicos para quatro espécies e usos terapêuticos aprovados por organismos internacionais para três espécies. Efeitos adversos foram encontrados, na literatura, para cinco das dez espécies pesquisadas e para seis destas, o uso durante a gestação é desaconselhado.Unitermos: Etnobotânica, plantas medicinais, farmacologia.ABSTRACT: "Chemical and pharmacologic data on medicinal plants used by the community of the Ponta Grossa neighborhood, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil". The ten most important species among all plants used as medicinal by the residents and Communitary Agents of Health from the Family Health Offi ce of Ponta Grossa neighborhood, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil were selected. A bibliographical review for these species was accomplished, fi nding studies about the chemical constitution for all species and some pharmacologic activity for nine of them. Clinical studies for four species and therapeutic uses approved by international organisms for three species were found. It was verifi ed that according to the literature, adverse effects for fi ve of the ten researched species and for six of these the use is dissuaded during the gestation.Keywords: Ethnobotany, medicinal plants, pharmacology.
INTRODUÇÃONo Brasil, a possibilidade de implementação da fi toterapia no sistema público de saúde vem sendo considerada desde 1988 (CIPLAN) e faz parte das diretrizes da I Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica (CNMAF, 2003). A partir de então, várias inicativas pontuais para estabelecer a fi toterapia na rede pública de sáude vêm ocorrendo, com destaque para o Programa de Fitoterapia do Ceará, alicerçado no Projeto Farmácias Vivas, idealizado pelo Prof. Francisco José de Abreu Matos (Matos et al., 2001). No entanto, para a maioria das plantas nativas não existem estudos científi cos e o uso no Brasil é baseado principalmente na tradicionalidade. A OMS reconhece a importância do uso tradicional, mas para a utilização de uma planta com fi nalidade terapêutica, em nível de saúde pública, é fundamental o estabelecimento de sua segurança, efi cácia e garantia de qualidade das preparações (Lapa et al., 2003; WHO, 2002;Rates, 2001). O uso inadequado destes recursos terapêuticos pode originar efeitos adversos retardados e/ou assintomáticos, interações medicamentosas ainda não estudadas e difi cilmente reconhecidas, além de retardar o diagnóstico e tratamento apropriado (Cañigueral; Vila, 2003;Rates, 2001). Nestes termos, o emprego no atendimento primário à saúde pode gerar um impacto social (Lapa et al., 2003), com aumento de gastos nos serviços públicos de saúde, visto que as plantas com maior volume de estudos científi cos que garantam efi cácia e segurança constituem matéria-prima importada, o que torna urgente a busca de inform...