A Doença de Parkinson (DP) é transtorno neurodegenerativo e crônico com prevalência na população idosa, que promove detrimento na qualidade de vida dos pacientes.Uma vez que as intervenções farmacológicas disponíveis da DP oferecem apenas um alívio sintomático e não interferem na progressão da mesma, surge a necessidade de terapias alternativas que consigam reverter, prevenir ou atenuar a sua evolução. Desde modo, a utilização de modelos experimentais para estudo da DP é um instrumento fundamental que nos permite elucidar os mecanismos fisiopatológicos bem como o desenvolvimento de novas modalidades preventivas e terapêuticas desta patologia. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é revisar na literatura cientí-fica os principais modelos experimentais utilizados para indução da DP, destacando o modelo da reserpina.
PALAVRAS-CHAVE:
INTRODUÇÃOA DP é reconhecida como uma das doenças neuroló-gicas mais comuns, sendo a segunda mais prevalente após a Doença de Alzheimer, compreendendo 1 a 2% da população com mais de 65 anos de idade (FERRER et al., 2011).A DP é um distúrbio neurodegenerativo, progressivo e crô-nico, de origem idiopática predominantemente, caracterizado pela perda seletiva de neurônios dopaminérgicos na pars compacta da substância nigra, uma região do cérebro que controla a atividade motora e projeta axônios dopaminérgicos para o estriado (TERAO et al., 2013).As manifestações clínicas da DP incluem comprometimento motor envolvendo basicamente tremor em repouso, bradicinesia, instabilidade postural e rigidez (RODRI-GUEZ et al., 2014). Os sintomas motores são evidenciados imediatamente após uma perda de 50% de corpos celulares na pars compacta da substância nigra e de 80% dos terminais no estriado (HUNG et al., 2010). No entanto, mesmo que a DP seja essencialmente uma desordem motora, os pacientes apresentam sintomas não-motores, podendo aparecer anteriormente ou concomitantemente aos sintomas motores e incluem distúrbios do sono, ansiedade, depressão, demência, comprometimento da função executiva, constipação e disfunção olfatória (ANANG et al., 2014;MEHNDIRATTA;GARG;PANDEY, 2011).A DP é uma desordem que acarreta prejuízos na qualidade de vida dos pacientes. É de fato um encargo social e econômico para países com expectativa de vida aumentada. Deste modo, o interesse científico nesta patologia é continuamente acentuado. Sendo assim, os modelos animais nos permitem o estudo dos mecanismos patogênicos e dos princípios terapêuticos do tratamento bem como mimetizam os sintomas e simulam as mudanças histológicas e bioquímicas das patologias (DAUER; PRZEDBORSKI, 2003;LEÃO et al., 2015).A DP é uma doença humana, e não se manifesta espontaneamente em animais, sendo necessária a indução desta nos modelos (DAWSON, 2000). Embora não exista um modelo animal ideal da DP que represente fidedignamente todas as características associadas à condição clínica, eles têm sido de grande valia na elucidação dos mecanismos