Os currículos de cursos de Ciência da Computação no Brasil são muito voltados para a formação técnica do egresso, com ênfase em matemática e computação, e dão pouca atenção para os impactos da computação na sociedade. Uma oportunidade para diminuir esta lacuna surgiu a partir da obrigatoriedade da reserva mínima de dez por cento da carga horária total que os estudantes devem cumprir com atividades de extensão. Embora importante, apenas a inclusão da extensão como atividade obrigatória nos currículos não é suficiente para dar ao egresso uma visão mais ampla do papel do profissional da computação na sociedade. Neste trabalho, descrevemos o processo sistemático utilizado na construção de uma nova proposta curricular para o curso de Ciência da Computação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o qual incorporou análise de contexto, análise de riscos, estratégias e planos de ação para implantação de mudanças, visando uma metodologia orientada para a construção de um currículo mais flexível e atento às demandas da sociedade. A nova proposta curricular, já implantada, incorpora atividades de extensão universitária e outras oportunidades que permitam ao egresso ter uma formação mais humanista e mais abrangente, sem prejuízos para a sua formação técnica.