INTRODUÇÃO: A dor cervical é uma condição musculoesquelética com alta prevalência que pode afetar os aspectos físicos, sociais e psicológicos dos indivíduos, contribuindo para o aumento de custos na sociedade e nos negócios. OBJETIVOS: Determinar a prevalência de dor cervical e analisar a associação com variáveis sociodemográficas e dispositivos eletrônicos. MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional transversal com uma amostra de 1143 universitários, que responderam ao questionário sobre aspectos sociodemográficos, uso de dispositivos eletrônicos e o questionário nórdico. Foram realizadas análises descritivas, bivariadas e de regressão de Poisson. RESULTADOS: A prevalência de dor cervical foi de 66,7% (IC 63,8 a 69,3), sendo que, 57,6% (IC 52,9 a 62,1) em homens e 72,3% (IC 68,8 a 79,4) em mulheres. Na análise ajustada, o sexo feminino (RP = 1,92, 1,49-2,47), tempo de uso da TV acima de 3 horas por dia (RP = 1,35; 1,05 - 1,79), tempo de uso do computador acima de 3 horas por dia (RP = 1,41; 1,08 - 1,85), tempo de uso de videogame acima de 3 horas por dia (RP = 1,42; 1,02 - 1,97), uso do tablet à distância do olho na tela acima de 20 cm (RP = 1,08, 1,01 - 1,17), postura deitada no uso do celular (RP = 1,67, 1,04 - 1,72), postura semi-deitada no uso do celular (RP = 1,28; 1,02 - 1,65), postura sentada no uso do tablet (RP = 1,54; 1,03 - 2,38), postura deitada no uso do tablet (RP = 1,83; 05 - 3,18) e usar o tablet por duas ou mais horas por dia (RP = 2,28, 1,15 - 4,49) permaneceu associado à dor cervical. CONCLUSÃO: Existe alta prevalência de dor cervical em estudantes universitários e associação marcante com o sexo feminino e com o uso de dispositivos eletrônicos.