RESUMO O conhecimento sobre plantas medicinais representa, muitas vezes, o único recurso terapêutico de muitas comunidades. O presente estudo objetivou identificar as espécies de plantas medicinais utilizadas em uma comunidade rural do município de Sertão, região Norte do Rio Grande do Sul. Foi aplicado um questionário às famílias dos discentes do oitavo ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Linha Secco, localizada nesta comunidade, com questões referentes ao uso medicinal de plantas. Nove famílias participaram da pesquisa. Foram citadas ao todo 66 plantas medicinais. A espécie mais citada foi marcela (Achyrocline satureioides (Lam.) DC.) com 10,6%, seguida por: camomila (Matricaria spp.) e hortelã (Mentha spp.) com 9,1% cada; dente-de-leão (Taraxacum officinale L.) com 7,6%; tansagem (Plantago spp.) mentruz (Coronopus didymus (L.) Sm.); amoreira (Morus nigra L. e Rubus spp.) com 6,1% cada; carqueja (Baccharis trimera (Less.) DC.); espinheirasanta (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek) e capim-cidereira (Cymbopogon citratus (DC) Stapf) com 4,5% cada. Dezesseis espécies foram citadas duas vezes (24,2%) e 36 espécies somente uma vez (54,5%). Dentre as espécies citadas 28 (42,4%) são nativas da região estudada, destas 13 arbóreas, 11 herbáceas, três lianas e um arbusto. A folha foi o órgão vegetal mais utilizado e o chá a principal forma de uso. Desta forma, percebe-se a importância das plantas medicinais para a comunidade estudada, visto a variabilidade de espécies citadas no questionário, e ainda, a relevância da conservação do conhecimento tradicional subsistente nessa comunidade rural, o qual se mostra útil e necessário no cotidiano das famílias que ali residem.