O objetivo da presente investigação é compreender o cotidiano dos enfermeiros que atuam na Estratégia de Saúde da Família acerca das visitas domiciliares às Residências Terapêuticas. Metodologia: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, na perspectiva da Sociologia Compreensiva de Michel Maffesoli, que discorre sobre a importância de considerar o fenômeno em si, buscando uma nova visão e consciência do mundo, em busca da identificação daquilo que vai além do que se há intenção de realizar, falar e demonstrar. Foram entrevistados cinco enfermeiros que atuam em um Município da Zona da Mata Mineira, em Unidades de Atenção Primaria a Saúde, que possuem como modelo assistencial a Estratégia de Saúde da Família e que tem em sua área de abrangência Serviços Residenciais Terapêuticas. Resultados e discussões: através da análise, surgiram três categorias: em cena, o Serviço Residencial Terapêutico institucionalizante; a biomedicina em evidência como motivação para realização das visitas domiciliares aos Serviços Residências Terapêuticos; as “pequenas grandes coisas” que apontam a loucura como estigma e que tornam enfraquecida a inclusão social dos moradores dos Serviços Residenciais Terapêuticos. Estas destacam o cotidiano dos enfermeiros acerca do cuidado em saúde mental, apontando fragilidades neste processo, indo ao encontro das propostas da Reforma Psiquiátrica. Conclusões: Compreendeu-se que a relação dos enfermeiros com o cuidado em saúde mental encontra-se fragilizado e estigmatizado, não reconhecendo as Residências Terapêuticas como moradias, mas como instituições asilares, comprometendo, desta forma, a integralidade do cuidado e a inclusão social das pessoas com transtorno mental.