A Caatinga é um bioma brasileiro que perdeu cerca de 15% da sua cobertura vegetal na última década e 50% da cobertura vegetal no total. Para lidar com essa problemática, uma das estratégias para a proteção da biodiversidade é através da criação de Unidade de Conservação (UC) pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é um tipo de UC que provém da iniciativa privada e por isso representa uma alternativa ao tipo de conservação por instrumentos públicos. São muitos os fatores que influenciam na sua criação e na sua manutenção. Esse trabalho objetiva mapear as RPPNs nas ecorregiões da Caatinga por meio de Sistemas de Informações Geográficas (SIG). E, conjuntamente, investigar as principais motivações e dificuldades dos proprietários para o estabelecimento da RPPN, através de aplicações de questionários por e-mail. Notou-se que dentro do domínio fitogeográfico da Caatinga a maior concentração de RPPN está no estado do Ceará e que as motivações e dificuldades dos proprietários estão relacionados em acordo com o Capital Social (CS) no qual estes estão inseridos. Posto isso, evidencia-se que as interações sociais existentes em uma região ou em um grupo de pessoas são essenciais para a expansão das políticas de conservação ambiental. E a criação das RPPNs representam os resultados destas iniciativas privadas que contribuem significativamente para os Novos Movimentos Sociais (NMS), aumentando e diversificando o número de atores envolvidos e descentralizando o foco dos debates sobre conservação ambiental. Mas, para garantir a perpetuidade das RPPNs, é necessário que todos os agentes envolvidos e responsáveis por elas exerçam sua função, o que não ocorre entre as unidades localizadas na caatinga.