RESUMOObjetivo: Adaptar para o Brasil e investigar a confiabilidade e validade da Recovery Assessment Scale (RAS) em pessoas com esquizofrenia. Métodos: Etapa 1 -foi realizada tradução profissional para o português, adaptação e retrotradução da RAS. Etapa 2 -estudo-piloto em um grupo de 12 pessoas com esquizofrenia para garantir compreensão dos itens da escala. Etapa 3 -As pessoas com esquizofrenia (N = 104) foram submetidas à versão brasileira da RAS e a instrumentos de funcionalidade, qualidade de vida e sintomas para busca de evidências de validade. Resultados: Os resultados revelaram bons índices de consistência interna e de precisão teste e reteste dos instrumentos. Foram estabelecidas evidências de validade convergente entre a RAS e medidas de qualidade de vida (r = 0,58; p < 0,001), funcionamento ocupacional (r = 0,40; p < 0,001), habilidades de vida independente (r = 0,24; p < 0,02), gravidade (CGI, r = -0,31; p < 0,003) sintomas da esquizofrenia: PANSS total (r = -0,21; p < 0,05), PANSS negativa (r = -0,28; p < 0.007), PANSS positiva (r = -0.08; p = 0,437)] e depressão [Calgary (r = -0,27; p < 0,01)]. A análise fatorial exploratória revelou seis fatores, sendo quatro destes similares a estudos prévios. Conclusão: A partir deste estudo, considerou-se que a palavra "superação" reflete melhor o conceito de "recovery". A versão brasileira da escala RAS é um instrumento válido e reprodutível para aferir a capacidade de "superação" das pessoas com esquizofrenia.
ABSTRACTObjective: To adapt and investigate the validity reliability study of the Brazilian version of the Recovery Assessment Scale-RAS in people with schizophrenia. Methods: Stage 1 -professional translation to Portuguese, adaptation, and back-translation of the RAS; Stage 2 -RAS was presented to 12 outpatients with schizophrenia to evaluate if they would be able to understand and respond to the instrument; Stage 3 -patients with schizophrenia (n = 104) were assessed with the Brazilian version of the RAS, functional outcomes measures, quality of life and symptoms scales. Results: Results showed good internal consistency and retest reliability, and convergent validity between the RAS and quality of life measures (r = 0.58;