Nas últimas décadas o turismo tem se destacado como uma das mais importantes atividades socioeconômicas da sociedade contemporânea e tem provocado forte influência na economia e no desenvolvimento mundial. Porém, não obstante sua importância, o turismo também tem se revelado uma atividade excludente, que privilegia uma pequena parcela da sociedade, em detrimento do interesse de uma maioria, e isso é reflexo do ideário desenvolvimentista neoliberal. Esse contexto, tem provocado a busca por novas formas de promover o turismo, desatrelado da lógica desenvolvimentista e essas práticas vêm ganhando a atenção das pesquisas científicas sobre essa atividade. Entre as novas formas de promover a atividade turística destaca-se o Turismo de Base Comunitária – TBC, concebido como uma forma de organização amparada na autogestão sustentável dos recursos patrimoniais comunitários, na cooperação no trabalho e na distribuição dos benefícios gerados pela prestação dos serviços turísticos aos comunitários, refletindo ainda, uma reação das sociedades locais ao modelo excludente de desenvolvimento da atividade e a busca, pelos turistas, de experiências mais autênticas. É nesse contexto, que este artigo se apresenta, fazendo uma análise crítica sobre o turismo desenvolvido há décadas na Ilha do Marajó e trazendo a experiência do Turismo de Base Comunitária que vem sendo desenvolvida pela Comunidade do Pesqueiro, no Município de Soure, região leste da Ilha, que configura-se como um embrião de uma nova forma de fazer turismo no Marajó, que vem contribuindo para o protagonismo local, gerando benefícios reais e diretos às Comunidades que foram, há décadas, excluídas do modelo de desenvolvimento turístico implantado na ilha do Marajó.Palavras-chave: Marajó. Desenvolvimento. Turismo.