Conhecimento de docentes acerca da aprendizagem baseada em equipes: fatores que dificultam sua implementação na graduação em medicina

Abstract

Este estudo objetivou avaliar o conhecimento de docentes acerca da Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE) e os fatores que dificultam sua implementação na graduação em medicina. Tratou-se de um estudo de natureza quantitativa, transversal e descritivo por meio de aplicação de questionário. Os resultados obtidos demonstraram que 31,25% dos docentes referiram não saber quantas etapas eram preconizadas na ABE, e dentre os demais que responderam conhecer, 72,72% responderam de forma incorreta. Ao questionar sobre quais são as etapas, 34,37% dos docentes responderam desconhecer, ao passo que dentre os respondentes 80,95% estavam incorretos. Por fim, no que tange ao tempo destinado a cada uma das etapas 68,75% não sabiam responder e 80% dos que referiram conhecer estavam equivocados. Dentre os fatores dificultadores para implementar atividades de ABE na prática docente se destacou a falta de qualificação profissional (96,875%) acrescido da escassez de trabalhos sobre o assunto (81,25%). Conclui-se que praticamente todos os participantes não a conheciam ou tinham noções equivocadas sobre o emprego da ABE, sendo a falta de qualificação profissional o principal fator dificultador deste processo.

Avaliação da eficácia de uma oficina para qualificação docente em Aprendizagem Baseada em Equipes

“…No entanto, a maioria já considera as metodologias ativas como uma importante ferramenta para a formação de um profissional mais crítico, reflexivo e confiante. Assim, a ABE tem se caracterizado como uma ferramenta pedagógica de sucesso por promover o crescimento acadêmico e proporcionar o autoaprendizado, potencializando habilidades, como o trabalho em equipe (Albuquerque et al, 2021).…”

“…Cerca de 50% dos docentes do ensino superior da saúde relataram nunca terem participado de atividades em ABE, 75% nunca realizaram qualificações prévias sobre a metodologia e 96,87% sentem necessidade de capacitações acerca da metodologia. A maioria dos profissionais não se consideram qualificados para realizar tais atividades em ABE (62,5%) e nem reconheciam o seu benefício no processo de ensino-aprendizagem (Albuquerque, Martins, Caldato & Botelho, 2021). Contudo, ainda se percebe que a mesma é subutilizada nos cursos de graduação e, especialmente, pós-graduação em Medicina (Balwan et al, 2015) quando comparada a outras metodologias ativas como o Problem Based Learning (PBL) e a Problematização, que nos últimos anos têm sido as ferramentas mais adotadas pelos cursos de graduação em Medicina do Brasil com o objetivo de adequação as novas diretrizes curriculares de formação médica (Brasil, 2014).…”