RESUMOO presente estudo objetivou identificar o conhecimento de mulheres usuárias da Unidade de Atenção ao Idoso (UAI) da cidade de Uberaba/MG a respeito do exame de Papanicolaou, bem como verificar a prática do exame e as características sociodemográficas dessas mulheres. O estudo é descritivo e transversal, com abordagem quantitativa e de caráter epidemiológico. A coleta de dados ocorreu de junho a agosto de 2010, com aplicação de um questionário com informações relativas ao perfil sociodemográfico e ao exame de papanicolaou. Os dados coletados foram analisados com base na estatística descritiva. Participaram do estudo 335 mulheres, com idades entre 54 e 90 anos. Em sua maioria (307 = 91,6%), as usurárias relataram já ter ouvido falar do exame de papanicolaou e sabiam do que se trata. Quanto à periodicidade do exame, 99,7% (334) disseram que o exame deve ser realizado uma vez por ano. Em sua maioria (236 = 70,4%), as usuárias relataram fazer o exame anualmente. Este estudo demonstra que a maioria das mulheres conhece e realiza o exame de papanicolau na UAI. Avaliações como esta demonstram que quando há conhecimento há adesão ao exame preventivo, que dessa forma contribui diretamente para a detecção precoce de câncer de colo de útero.Palavras-chave: Saúde da Mulher. Colo do Útero. Enfermagem.
INTRODUÇÃOO câncer vem sendo considerado um grave problema de saúde pública e constitui a segunda causa de morte por doença, precedida apenas pelas doenças cardiovasculares. No Brasil, o câncer de mama representa a principal neoplasia maligna em mulheres, seguida pelo câncer do colo do útero. Estima-se que 52.680 novos casos de câncer de mama serão detectados no ano de 2012. Já o segundo lugar é ocupado pelo câncer do colo do útero, que se manifesta a partir da faixa etária de 20 a 29 anos e aumenta rapidamente em risco, atingindo o pico etário entre 50 e 60 anos. O número de casos novos do câncer do colo uterino esperados no Brasil para o ano de 2012 será de 17.540, com um risco estimado de 17 casos a cada 100 mil mulheres, sendo que 1.360 desses novos casos estão previstos para o Estado de Minas Gerais (aproximadamente 13,60 casos para cada 100.000 mulheres) (1) . As mais altas taxas de incidência do câncer de colo do útero são observadas em países pouco desenvolvidos, indicando uma forte associação deste tipo de câncer com condições de vida precárias, os baixos índices de desenvolvimento humano, a ausência ou fragilidade das estratégias de educação comunitária (promoção e prevenção em saúde) e a dificuldade de acesso a serviços públicos de saúde para o diagnóstico precoce e o tratamento das lesões precursoras. Além desses fatores, o início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros sexuais, o tabagismo (diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados), a higiene íntima inadequada e o uso prolongado de contraceptivos orais também contribuem para o aparecimento do câncer de colo de útero (2) . Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimen...